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Famílias da Favela do Moinho se mudam rumo à moradia definitiva no Centro de São Paulo

Unidades habitacionais foram escolhidas pelas próprias famílias dentre um leque de opções oferecidas; empreendimento está localizado em área com infraestrutura ampla e completa

30/05/2025
Foto ilustrativa

Crédito: Daniel Vorley

“Hoje está bom. Amanhã será melhor ainda”. Foi exatamente com essa leveza e esperança no futuro que Severina Cruz dos Santos, aos 53 anos, chegou em seu novo lar no centro da capital. A autônoma é uma das ex-moradoras da Favela do Moinho que optaram pela nova moradia definitiva no centro da capital. Ela, agora,  faz parte do grupo de 272 famílias já deixaram o local, o que corresponde a 32% das 855 famílias ocupantes da área.  

Dona Severina conta que o novo endereço faz com que ela se sinta, literalmente, em casa. Isso porque ela já vive há 35 anos no centro da cidade de São Paulo e contará com uma infraestrutura ampla e próxima a comércios, equipamentos públicos e à rede de transporte coletivo. “Eu, antigamente, era chamada de GPS, quando não existia celular, porque eu conheço todas as ruas que você pode imaginar. Então, por aqui eu conheço tudo. Estamos próximos ao pronto socorro, à Santa Casa. Tudo aqui é muito bom. É ótimo morar aqui no Centro, eu amo”, relatou. 

Outro ponto positivo, segundo a moradora, é a facilidade de encontrar oportunidades de trabalho: "Eu sou autônoma. O que aparecer para eu fazer, sendo honesta, eu faço. E aqui aparece muita coisa”. O novo apartamento, dotado de mais segurança e conforto, também foi elogiado por Severina: “O meu apartamento é maravilhoso e lindo. Enfim, eu amei! Estou radiante, até mesmo porque esse era o meu sonho, morar exatamente nesse prédio”, concluiu, animada para colocar as mobílias e plantas em seus devidos lugares.  

Assim como Dona Severina, Elaine Cristina Nunes Cordeiro também optou por continuar no centro da capital. O atendimento habitacional oferecido pelo Governo, segundo ela, foi uma oportunidade única de deixar a comunidade rumo a um lugar melhor: “Eu não conseguiria comprar. Então, para mim, é uma oportunidade única. Aproveitei e agarrei com as duas mãos. Achei que viveria a vida toda pagando aluguel. Agora, estou mais tranquila”, disse. 

Após cerca de 15 anos na Favela do Moinho, aos 40 anos, ela afirmou que não imaginava um novo cenário melhor para criar sua filha Emily, de seis anos. “Eu gosto de morar no Centro, até porque posso dizer que nasci aqui no Centro mesmo, fui criada desde muito pequena e conheço tudo por aqui. Gosto dessa região e considero ter feito uma ótima escolha. Achei maravilhoso e estou satisfeita” disse.

Deixando de pagar aluguel na comunidade, Elaine contou, ainda, que vislumbra um futuro melhor, mais tranquilo e seguro no novo apartamento, já que vivenciou o histórico de incêndios na Comunidade: “Olha a diferença em relação a onde eu estava, pagando um aluguel, inclusive. Aqui, não tem nem comparação. Me sinto mais segura ", relatou. Sobre o valor que pagará para arcar com os custos do condomínio, ela complementou: “Eu estou pagando um valor por algo que é meu. Estou satisfeita. Acho que posso falar com gosto e orgulho, né? Agora, é meu”, comemorou.

A autônoma, por fim, disse estar realizando um sonho, deixando seu novo lar com seu jeito de ser. “Para mim, que só vivia de aluguel, isso foi um sonho realizado. Eu pagava o valor, pagava serviços também para arrumar lá dentro. Aqui, eu pagarei por coisas que são minhas, para toda a vida. Vou começar a me organizar melhor, comprar móveis com gosto, porque sei que vão durar. Lá, tinha muita umidade, e eu perdi muita coisa”, concluiu, animada.

Segurança e dignidade: quase 90% de adesão ao plano de reassentamento
Das 855 famílias ocupantes da área, 759 (89%) já aderiram ao Plano de Atendimento Habitacional proposto pelo Governo de São Paulo. O reassentamento da comunidade é uma ação para levar dignidade e segurança a essa população, que vive sob risco elevado e em condições insalubres. O projeto, que agora conta também com a parceria do Governo Federal, vai viabilizar moradias avaliadas em até R$ 250 mil a moradores da comunidade.

As famílias puderam optar por apartamentos oferecidos em um leque de 25 empreendimentos, em diferentes estágios: prontos, em construção ou com obras a iniciar. Outra possibilidade é buscarem imóveis por conta própria, desde que atendam aos parâmetros do programa. 

Quem optar por uma moradia que ainda não está pronta recebe um caução de R$ 2,4 mil e, a partir do mês seguinte, um auxílio moradia de R$ 1,2 mil. A medida também se estende a moradores que já assinaram o contrato antes de a parceria ser firmada. No momento, aguarda-se a publicação de portaria do Ministério das Cidades para estabelecer o regramento da operação para o atendimento habitacional.

Diálogo com a Comunidade
Para chegar nesse estágio, a CDHU iniciou diálogo com a comunidade ainda no ano passado. A primeira reunião com lideranças ocorreu em setembro, quando foi pactuado que a Companhia faria o cadastro de toda a favela. A equipe social permaneceu em campo por 20 dias, incluindo datas aos fins de semana, período em que mapeou todas as moradias do moinho e as famílias que viviam nessas casas. Foram 13 reuniões coletivas, algumas com acompanhamento da Defensoria Pública, advogados destacados pela comunidade, Superintendência do Patrimônio da União e Prefeitura de São Paulo, além de lideranças da comunidade. 

O passo seguinte foi a criação de um escritório na Rua Barão de Limeira, próximo à comunidade, para que as famílias pudessem, por conta própria, aderir ao reassentamento oferecido pela CDHU. O endereço facilitou o acesso durante o processo de apresentar os empreendimentos disponíveis, receber a documentação necessária, além de ser um ponto de apoio para tirar eventuais dúvidas. Foram realizados mais de 2 mil atendimentos individuais.

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