Para Lucas Duarte, a educação física vai muito além do movimento: é um instrumento de transformação social. Há dez anos, ele dedica sua carreira a tornar o esporte mais acessível e inclusivo, garantindo que nenhum aluno seja deixado para trás. Atuando na rede estadual de ensino, Lucas não apenas ensina, mas reconstrói possibilidades, derrubando barreiras e abrindo portas para jovens com deficiência praticarem modalidades paralímpicas.
Sua jornada no paradesporto começou com um momento decisivo. “Na faculdade, tive uma aula prática com pessoas com Síndrome de Down. Aquilo me fez enxergar o esporte de outra forma. Entendi que o meu papel não era apenas ensinar, mas criar oportunidades reais para quem precisa” lembra Lucas. Com essa nova visão, buscou qualificação e, há dois anos, passou a integrar o Programa de Desenvolvimento Paralímpico, uma iniciativa do Governo do Estado de São Paulo, em parceria com a Secretaria de Esportes e a Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência, além de se especializar em atividade física adaptada e saúde.
O Programa de Desenvolvimento Paralímpico capacita profissionais de educação física para atuarem com modalidades paralímpicas, levando inclusão e acesso ao esporte para todos no estado de São Paulo. Para a secretária de Esportes do Estado, coronel Helena Reis, a formação de novos profissionais é essencial para o fortalecimento do paradesporto.
“O Programa de Desenvolvimento Paralímpico é uma ferramenta fundamental para fortalecermos a cultura do paradesporto no Brasil. Somos uma potência mundial, como mostrou o quadro de medalhas das Paralimpíadas de Paris, mas precisamos difundir cada vez mais o paradesporto na base, nas escolas. Por isso, a qualificação em massa de profissionais é indispensável”, destaca a secretária.
Desde sua criação, em 2021, o Programa já certificou mais de 11,2 mil profissionais, impactando diretamente a vida de milhares de alunos. Agora, em 2025, ele promete ir ainda mais longe. A primeira etapa acontece no Complexo Esportivo Baby Barioni, de 18 a 21 de fevereiro, trazendo uma grande novidade, a inclusão de duas novas modalidades, goalball e basquete em cadeira de rodas, ampliando ainda mais as possibilidades dentro do esporte adaptado.
Para Lucas, cada curso e aprendizado dentro do programa refletem diretamente em sua sala de aula. “Ver um aluno com deficiência descobrir suas capacidades dentro do esporte é gratificante. Eles começam com receio, duvidando de si mesmos, e depois se enxergam e se valorizam. Como aconteceu com o um aluno com paralisia cerebral, que se encontrou e incentivou os demais colegas de turma com a prática do vôlei adaptado. Esse é o verdadeiro poder do esporte”, afirma.
Com professores como Lucas, a educação física se fortalece como um espaço de inclusão, superação e descoberta de talentos. O esporte paralímpico não é apenas uma competição é uma revolução que transforma vidas todos os dias.